Consumo Consciente Pois é dessa vez não vai dar pra agradar gregos e troianos, e nem é algo que desejamos aqui, o exercício nesse artigo é de tentar abarcar um assunto amplo sem problematizar absolutamente tudo, fácil não hein... Ia pedir também pra quem puder, imaginar comigo um mundo onde o modo de produção capitalista esteja superado, vale um livro né? Um quadro... e o objetivo é esse mesmo, colocar no imaginário coletivo essa utopia, porque a ideia de consumo consciente está na órbita de mundo meio por aí...
É do entendimento comum que boa parte dos problemas ambientais que vivemos hj estão ligados ao nosso famoso modo produção, alimentos, energia, com os diversos setores industriais e por aí vai, sabemos também que a forma predatória como os recursos naturais hoje são explorados geram impactos em todo ecossistema, gerando desastres ambientais, radicais mudanças climáticas e a aceleração do efeito estufa com a produção excessiva de resíduos tóxicos tais como Metano e CO², pra não falar da contaminação dos lençóis freáticos, do desmatamento desmedido que coloca em risco de extinção diferentes espécies da fauna e flora, agridem povos originários e não vou nem citar as desigualdades sociais abissais causadas por ele. Sério, esse foi só prólogo. Tudo certo até aqui? To falando alguma besteira? Tudo isso pra dizer que nós estamos consumindo essa lógica, e mergulhados de corpo e alma nesse negócio todo, nessa forma de imaginar e conceber a vida na terra. Nada novo sob o sol. A questão é que podemos reverter essa situação e regenerar o planeta com a mudança de hábitos simples no nosso dia dia, é real. O desenvolvimento humano, tecnológico e social nos trouxeram para o ponto onde as condições materiais são abundantes em todo o globo, no entanto a distribuição das riquezas e diferentes práticas culturais nos impedem de superar as contradições inerentes a esse modo de vida. Repensar nosso consumo nunca foi um ato tão revolucionário. Óbvio que não é apenas desse modo que vamos fazer do mundo aquele lugar que imaginamos no começo desse post, é preciso muito mais, mas sem dúvida esse caminho passa por repensar nossos hábitos de consumo, e é de certa forma o mínimo que podemos praticar todos os dias. Quando a gente para pra pensar as roupas que usamos, os alimentos que comemos, os brinquedos que nossas crianças se divertem, a forma como nos locomovemos, os lugares pra onde vamos, o que asistimos, o que lemos, enfim, de onde veio e pra onde efetivamente o dinheiro que chega até nós, notamos o quanto cotidianamente favorecemos e trabalhamos na manutenção de todo o desequilíbrio ambiental e social que citei naquele catastrófico prólogo. Não é de hoje que algumas pessoas têm percebido sua responsabilidade nessa cadeia de produção e com o acelerado desenvolvimento das tecnologias de informação, a crescente acessibilidade a diferentes meios de comunicação, em meio à crises, acirradas disputas políticas e verdadeiras guerras comerciais no cenário internacional, têm se tornado cada vez mais importante a "analise do perfil do consumidor" e a participação dele na consolidação de diferentes marcas, comprar qualquer coisa, longe de ter apenas um valor de uso tem se tornado cada vez mais, apoiar ou não determinada ideia, conceito ou visão de mundo, e este é exatamente o x da questão. Quais pontos de vista temos apoiado? Mais uma vez apelo para não cairmos no romantismo da coisa, é um sistema integrado, co-dependente, e por enquanto é quase humanamente impossível uma emancipação completa, e só por isso estamos falando de um hábito de consumo consciente, e não de um mundo livre e apesar de hoje existirem muitas alternativas de produtos livres de exploração predatória de recursos naturais, livres de alienação do trabalho, e que exercem outras tantas liberdades, infelizmente essa ainda não é a lógica massiva da nossa produção, e muito menos do nosso consumo. Obviamente grandes marcas, inclusive imponentes redes de fast food, estão percebendo essa mudança de consciência na sociedade, e passaram a maquiar sua imagem, procurando se mostrar mais palatáveis ao seu público, se exibindo em embalagens "sustentáveis", o que adianta pouco, se os ingredientes de seus lanches continuam sendo fornecidos por empresas que se expandem cada vez mais em monocultura, e ainda desmatam ectares e ectares para transformar em pasto. Não é raro empresas mudarem de nome ou que se dissolvem em outras pra continuar o mesmo modelo de negócio, e dessa forma muitas outras estratégias têm sido usadas pra atrair consumidores para produtos com pouca ou nenhuma responsabilidade, enquanto o marketing se torna cada vez mais indispensável. Tenso hein! E como fugir desse ciclo? A resposta é muito simples, muito mesmo, espantosamente simples, consumir de pequenos produtores, principalmente daqueles que conhecemos a procedencia de suas materias primas, neste outro artigo cito alguns beneficios em consumir de pequenos produtores. Essa é uma produção que têm crescido absurdamente nos ultimos tempos, e tem absolutamente de tudo sendo feito em pequena escala e pertinho de você, principalmente se você está num grande centro urbano, inclusive, e eu arriscaria dizer, sobretudo, nas regiões periféricas, roupas, alimentos, moveis, brinquedos, e até serviços e produtos tecnológicos. Outra estratégia que aumenta nossa consciência sobre o que consumimos é adquirir produtos reutilizados e/ou reutilizáveis, dessa forma impactamos também a produção de lixo, que é um dos grandes problemas da atualidade, objetos de qualidade costumam ter longa vida útil e por questões ligadas a obsolescencia perceptiva (algo próximo do conceito de "MODA"), mesmo estando em boas condições são dispensados, adquirir ou colocar em circulação objetos em bom estado e que não estejam em uso é uma forma simples de repensar nossos hábitos de consumo, outro ponto muito simples diz respeito a consumir o que é essencial, observar se realmente precisamos de algo antes de comprar é um hábito muito valoroso, além de tirar o caráter fetichista de diferentes produtos, que em pouco tempo se transformarão em lixo. Existem tantas outras maneiras de gerar consciência em nossa rotina e promover o consumo consciente na sociedade, mas acho que não seria de bom tom continuar esse já extenso texto, mas pra finalizar gostaria de deixar frisado que este é um estágio de passagem, onde moram diversas armadilhas que podem inclusive não favorecer um movimento que busca emancipação de uma forma mais ampla, podendo inclusive se converter em mera reinvenção do modo de produção capitalista, por isso a importância de reduzir nosso consumo, do que quer que seja e ao adquirir qualquer coisa, conhecer a procedência de cada item, desse modo, mesmo parecendo um gesto pequeno estamos contribuindo efetivamente para uma sociedade mais justa. É importante ressaltar também que a organização da sociedade civil é o movimento mais efetivo na disputa contra a cultura hegemônica, é a partir desse instrumento que diferentes questões são popularizadas, que o poder público é pressionado, repensado e ganha condições de desenvolvimento comunitário. E pra quem procura produtos e serviços que fazem sentido nossa lojinha trabalha exclusivamente com artigos de pequenos produtores que têm responsabilidade social e ambiental em seus procssos de criação. Apoie essa causa e faça essa nova economia girar nas pontas da cadeia produtiva. Curtiu o artigo? Conhece alguém que poderia se interessar pela questão? Envia pra ela, no topo da página tem o botão do nosso Instagram, segue a gente lá, curte nossos posts e compartilha nosso conteúdo, essa é uma forma de apoiar a manutenção e o crescimento desta proposta. Veja também: Educação Popular Agroecologia
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